Mato Grosso
Vacinação de crianças abaixo do ideal em Mato Grosso
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No Estado, os percentuais de imunização ficam entre 53% e 70%, sendo o preconizado de no mínimo 90%.
Em Mato Grosso, dados preliminares do Ministério da Saúde (MS) mostram que a cobertura vacinal de crianças menores de dois anos deste ano está abaixo do ideal. No Estado, os percentuais de imunização ficam entre 53% e 70%. O órgão federal de saúde preconiza a cobertura acima de 90% ou 95%, a depender da vacina.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, de janeiro a agosto deste ano, 68,68% dos meninos e meninas na mesma faixa etária receberam a dose da BCG, que previne contra a tuberculose. Os índices também estão baixos para o rotavírus (66,11%), meningocócica C (67,20%), pneumocócica 10V (70,36%), poliomielite (64,46%), penta (59,44), hepatite A (59,07%), tríplice viral 1ª dose (69,95%) e tetra viral 1ª dose (53,81%).
A queda é nacional nos últimos dois anos (2016 e 2017). Por isso, os dados acenderam o alerta em função do risco da reintrodução de doenças já eliminadas ou erradicadas no país, como a poliomielite, sarampo e rubéola. Ontem, o Ministério da Saúde informou que está atento e lançou uma campanha publicitária impactante que alerta para a importância de manter sempre a vacinação em dia.
O objetivo é mostrar que as baixas coberturas vacinais podem ser perigosas, já que abrem caminho para a reintrodução de doenças já eliminadas no país e que podem até matar. Em nível nacional, os dados mostram que a cobertura vacinal de crianças na mesma faixa etária gira em torno de 50% e 70%. “Mesmo não sendo definitivos, já que estados e municípios podem registrar os dados no sistema até final de março do ano que vem, os índices de vacinação são considerados muito baixos”, avaliou, por meio da assessoria de imprensa, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
Segundo o MS, sob o conceito “Porque contra arrependimento não existe vacina”, as peças publicitárias são impactantes e mostram casos reais de pessoas que sofrem até hoje pela não vacinação. Pela primeira vez, a mascote das campanhas de vacinação do Ministério, o Zé Gotinha, aparece em um tom sério e preocupado. “Há uma tendência de queda na vacinação, são dois anos consecutivos de redução. Nós precisamos reverter esse cenário e não entrar no terceiro ano de baixas coberturas vacinais”, pontuou.
A campanha conta com depoimentos de pessoas que sofreram consequências pela falta da vacinação é o ponto alto da campanha publicitária. Um dos filmes, traz um caso emblemático, o de Eliana Zagui, que tem 44 anos e há 42 anos sofre de uma paralisia severa que a obriga a viver dentro do Hospital das Clínicas de São Paulo. Conforme o órgão federal, ela é tetraplégica e respira com a ajuda de aparelho.
Levantamento de rotina do Ministério da Saúde feito com estados e municípios, em visitas domiciliares na busca de não vacinados, indica como principais causas para essa redução o próprio sucesso do Programa Nacional de Imunizações (PNI), visto que não há mais circulação de algumas doenças no país, como a poliomielite. Outra causa verificada pelas equipes de saúde é a desinformação provocada por boatos de que as vacinas não funcionam ou que trazem graves efeitos colaterais.
A população também indica que o horário de funcionamento das unidades de saúde hoje é incompatível com a jornada de trabalho atual. O perigo é que, o aumento do fluxo migratório da população (sobretudo de países onde essas doenças ainda existem) e a interrupção da vacinação podem provocar a volta ou elevado número de casos de doenças como sarampo, pólio e rubéola, como tem sido identificado em países que estavam livres dessas doenças.